O que é a MTC ?

A Medicina Tradicional Chinesa é uma terapêutica nascida na antiga China, com mais de 5000 mil anos que evolui e se expandiu para o ocidente. Nos nossos tempos é grandemente influenciada pelo conhecimento científico e médico da atualidade, sendo reconhecida pela OMS e outras instituições de saúde como uma Terapêutica Não Convencional.

Dr. Emidio Leão entrevista o Dr António Afonso sobre a MTC - PGM Medicina e Estética - 23.02.2013

A Medicina Tradicional Chinesa (doravante designada MTC), por sua ancestralidade, já dispensaria o rótulo de “alternativa”. Com efeito, designar “alternativa” uma medicina que conta com mais de 5.000 anos de existência, que resistiu a intempéries políticas e permanece evoluindo em qualidade e número de usuários só se concebe no contexto sócio-político em que vivemos, alijado durante tanto tempo das ricas culturas orientais.

No entanto, alternativa ou não, a MTC é mais do que um sistema terapêutico. Por seu viés eminentemente preventivo e por demandar de seus usuários um nível de adesão significativo, pode-se afirmar que a MTC constitui uma filosofia de vida. O usuário de MTC, para melhor usufruir de seus extensos benefícios, é levado a se conhecer melhor, a nível físico e mental. Com a eficácia dos tratamentos, esse usuário confere credibilidade à MTC e, assim, torna-se detentor de um know-how básico que, se utilizado, o habilita a ser protagonista na manutenção de seu estado de saúde e bem-estar.

Não obstante, a MTC também se dispõe a esclarecer os fatores de desestabilização orgânica e/ou energética de cada indivíduo e propor métodos de superação/cura que reestabeleçam seu estado de equilíbrio (homeostase).

É importante ressaltar que, para os terapeutas de MTC, “não há doenças mas doentes”; destacando-se o caráter individual e indutivo das abordagens terapêuticas. Tal enfoque não descaracteriza a MTC como sistema científico, mas lhe confere limites mais amplos, onde o empirismo é valorizado.

É também traço característico da MTC sua abordagem holística (global). Sem qualquer intenção discriminatória, é importante, contudo, afastar desse termo qualquer caráter místico ou religioso. A MTC é holística porque aborda o ser humano em sua integralidade. Ou seja, reconhece no ser humano, além de sua dimensão meramente física/fisiológica, suas dimensões psíquica e energética. Isso proporcionou, desde sempre, à MTC, uma abordagem que reconhece o caráter psicossomático– conceito só recentemente reconhecido na medicina ocidental - de muitas afecções. Igualmente, proporcionou a base teórica da acupuntura, terapia que atua a nível energético, eminentemente.

O diagnóstico em MTC é peculiar e se vale da anamnese (diálogo com o paciente), procurando estabelecer relações entre comportamento, alimentação, odores, transpiração, pulso (cujo exame é mais extenso e profundo que a simples contagem de pulsações, pois se destina à análise do estado de diversos órgãos, típica da MTC), língua (a análise do estado da língua avalia o estado geral de determinados órgãos, tal como a análise do pulso), condições da natureza a que esteve exposto o paciente, dentre outros elementos, para determinar qual é o método terapêutico a ser utilizado, dentre os anteriormente citados.

Por essas razões, a MTC se mostra como uma medicina de escol, atualmente em franco reconhecimento de suas potencialidades pelas comunidades ocidentais, nomeadamente as de origem anglo-saxônica (Inglaterra e Estados Unidos) e germânica (Alemanha).

No Brasil, o estreitamento das relações diplomáticas e comerciais com a China traduz-se em bons prognósticos para a MTC, com o favorecimento do intercâmbio científico e o reconhecimento, pela comunidade científica brasileira, das peculiaridades dessa arte-ciência milenar. Espera-se que num futuro próximo, a população brasileira possa conhecer melhor e usufruir desse sistema, em complementaridade com a medicina ocidental.